Construção
Considera-se uma barra de silício levemente e uniformemente
dopada formando o elemento de tipo N (=substrato tipo N). Nesta barra, difundem-se duas regiões do tipo
P de alta concentração de impurezas.
Assim cria-se um canal de silício tipo N entre
duas do tipo P. Após a difusão das duas regiões P, deposita-se um película
metálica nas extremidade da barra que servirão para contatos elétricos nos
terminais do JFET chamados de Gate (gatilho, ou porta), Dreno e Fonte.
Simbologia
Existem dois tipos: Canal N e Canal P. Portanto, o
transistor pode ser um dispositivo com canal n (condução por elétrons) ou com
canal p (condução por lacunas). Tudo que for dito sobre o dispositivo com canal
n se aplica ao com canal p com sinais opostos de tensão e corrente.
O princípio de funcionamento do JFET é bem simples. O
objetivo é controlar a corrente ID que flui de fonte para o dreno
(para JFET de canal N). Este controle é
feito aplicando-se uma tensão (negativa) na porta.
Sua estrutura consiste numa barra (substrato) de material
semicondutor N (ou P), envolvida no centro com material P (ou N). A região N
(ou P) é chamada de canal por influir na corrente controlada.
Pela figura nota-se que a maior parte da estrutura é
composta do material do tipo n, formando o canal entre as camadas
imersas de material do tipo p. A
parte superior do canal do tipo n está conectado por contatos ôhmicos ao
terminal denominado Dreno (D), enquanto que a parte inferior do
mesmo material está conectada ao terminal denominado Fonte
(S). Os dois materiais tipo p estão ligados entre si e ao terminal Porta (G).
Resumindo: o dreno e a fonte estão conectados aos extremos
do canal n
e a porta às duas camadas do material do tipo p. Portanto, deverá haver um fluxo de
elétrons da Fonte (S) para o Dreno (D), onde este, por sua vez, será controlado
pela Porta (G).
Polarização do JFET
A figura acima mostra a polarização convencional de um JFET
com canal n.
Uma alimentação positiva VDD é ligada entre o
dreno e a fonte, estabelecendo um fluxo de elétrons livres (corrente) através
do canal. Esta corrente também depende
da largura do canal.
Uma ligação negativa VGG é ligada entre os
terminais Porta e a Fonte. Com isto a porta fica com
polarização reversa, fluindo apenas uma corrente de fuga, portanto, há uma alta
impedância entre a porta e a fonte. A polarização reversa cria camadas de
depleção (barreira de potencial) em volta das regiões p e isto estreita
o canal condutor (D-S). Quanto mais negativa a tensão VGG, mais
estreito torna-se o canal.
Quando a tensão no Gate for suficientemente negativa, as
camadas de depleção se tocam e o canal condutor desaparece, portanto a corrente
de Dreno é nula (está cortada). A tensão
no Gate que produz o corte é representada por: VGS(corte).
Temos as seguintes condições:
1) LARGURA
DO CANAL: depende da tensão VGG, isto é, quanto mais
negativa, maior será a região de depleção e, portanto, mais estreito o canal.
2) TENSÃO
DE CORTE: é a tensão suficiente para desaparecer o canal (VGScorte)
também conhecida como Tensão de Deslocamento (pinch-off).
3) CORRENTE
DE FUGA DA PORTA: como a junção da porta opera em polarização reversa,
tem-se uma corrente baixa; desta forma, a CORRENTE DE DRENO é igual à CORRENTE
DA FONTE (ID). Esta é a causa
da alta impedância de entrada dos JFET. Observação: Como a polarização reversa
entre a porta e a fonte (VGS) não consome corrente e a largura do canal depende
de VGS, o controle de ID é efetivamente feito pela tensão da porta.
Curva característica
Curva de transcondutância
A curva de transcondutância é o trecho de uma parábola e sua
equação é:
Exercício
Escreva a equação da transcondutância para o JFET cuja
característica é mostrada na figura. Determine a corrente de dreno quando VGS
= - 4V e quando VGS = - 2V
Solução:
De equação de transcondutância:
VGS = ‒
4 (V)
VGS = ‒
2 (V)
Auto Polarização
A auto polarização consiste em usar a tensão através do resistor
RS para produzir a tensão reversa entre Gate e Fonte. Se a corrente de dreno aumentar a tensão
através de RS aumentará, isto aumenta a tensão reversa entre Gate e Fonte, o que
faz o canal se estreitar e reduzir a corrente de dreno. Analogamente, se a corrente de dreno
diminuir, a tensão reversa entre Gate e Fonte diminuirá e o canal torna-se mais
largo, fazendo com que a corrente de Dreno aumente.
Como o Gate tem polarização reversa, a corrente de Gate é
nula (somente existe corrente de fuga), portanto, VG = 0.
Exercício
Considere o circuito abaixo para os próximos exercícios (1 a 5).
1) Calcular: VRS, VRD, RD e
RS
Dados: VDD = 15 V, ID = 2mA, VGS = -1 V, VDS = 7 V
2) Calcular: ID, RS e RD
Dados: RD + RS
= 10 kΩ, VDD = 20
V, VGS = - 1 V e VDS
= 10V
Calculo da corrente ID:
Cálculo do resistor RS:
Cálculo do resistor RD:
3) Calcular: RD e RS
Dados: VDD = 20 V, VRS = 10,5%VDD, VDS = 30%VDD e Pf
= 28 mW
Cálculo do resistor RD
Cálculo do resistor RS
4) Calcular: RD, RS e VDS
Dados: Pf = 20 mW, PRD = 7PRS, (PD)max = 2PRS, VDD = 20V
Sendo: P = V*I
e (PD)max = VDS*ID
Cálculo da corrente ID
Cálculo da potência da resistência RS
Cálculo do resistor RS
Cálculo do resistor RD
Cálculo da tensão VDS
5) Calcular: ID, VDS, RD, RS
Dados: VDD = 12V, RD + RS = 3 kΩ, VRS = 1,2V, IDSS = 5mA, VGScorte = - 4V
E a formula:
Solução
Cálculo da corrente ID
Cálculo do VDS
Cálculo do resistor RD
Cálculo do resistor RS